sábado, fevereiro 09, 2008

O decifrar dos enigmas do mundo


O decifrar dos enigmas do mundo

Desfolhar palavras e joga-las ao vento...
Quem sabe elas podem juntar-se e indicar o olhar para o mundo...
E ao vê-las de encontro em meu caminho,
Novas, diferentes, quais fagulhas me incendeiam,
Seduzem, enquanto mesclam momentos e depois fogem.
Mundo? Compreendê-lo?
Quem é que vai?
Talvez o andarilho exausto que eu não enxerguei?
Ou quem sabe eu mesmo que pelas palavras me apaixonei?
Preciso sentir o sabor do mundo, porque meu "eu" me persegue.
Já não descansa enquanto não ver tudo não provar de tudo:
Ilusões revoltas, revoltas, preconceitos, atrocidades, abandonos...
Carregado de lembranças sou um trem que segue de passagem.
Um passageiro pelas estradas que não sei onde vão dar.
Tenho saudades do canto da roda da ciranda, das manhas e das manhãs,
Das ruas das cores que de noite parecia mais clara,
Ah! A rua das rimas, dos verdes floridos,
Da imensidão de vermelhos e marrons dos que lutam
Com mãos grandes e pés fortes,
Dos tons cinzas, esbranquiçados, envelhecidos, sofridos,
Os míseros peregrinos á sombra da vida, á espera da morte...
Sentir o vento e flutuar como um papagaio preso e marcado pela infância.
Sou só mais uma pessoa, uma palavra em meio a milhões
Sou aquele que busca, senhor mago das palavras
Poeta insaciável, menino gênio,
Taxado de louco, incompreendido,
Apaixonado, desapontado, não sei...
Mas sou eu o milionésimo desconhecido,
E meus "eus" querem ler o mundo e agora,
Faltam-me cores para colorir a vida
Sobejam sombras no caminho, misérias não supridas.
Mas preciso e quero saborear o mundo.
Ah! Existe muito a se fazer
Enquanto vidas moram nas esquinas,
Nas encruzilhadas do tempo
E até nas próprias sombras.
Daquilo que eu sei, toquei, provei,
Só não lavei as mãos,
E mesmo sem potes de inspiração
Um raio de sol me levou á frente e,
Preenchendo o vazio d' alma
Tal qual os olhos azuis... ainda quero compreender o mundo.

Continue lendo...