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sábado, julho 31, 2010

Entrevista: Hazy Hamlet


Por Rodrigo Ribeiro Freitas

“We’ll be forever forging metal!”, é o que brada o quarteto maringaense de heavy metal clássico Hazy Hamlet. Formada há 10 anos e com uma demo, um EP, um single e o debut “Forging Metal”, esse último lançado em 2009, de maneira independente após uma série de acontecimentos que dificultaram o andamento das gravações em quase cinco anos. Na entrevista a seguir, o vocalista Arthur Migotto, nos esclarece sobre o processo de gravação do álbum, mudanças de formação, turnês e aceitação do público perante ao trabalho do grupo. Enfim, a entrevista:


Microfonia Metálica: Arthur, faça um breve resumo da trajetória da banda desde a demo "Hazy Tales", até os tempos atuais com "Forging Metal".

Arthur Migotto: OK... o Hazy Hamlet foi fundado em 1999 por Fabio Nakahara e Julio Bertin, como um quinteto. Em 2001 lançou um CD Demo chamado “Hazy Tales”, que seguia mais o Power Metal da época. A repercussão foi ótima, e a demo vendeu mais na Alemanha que aqui no Brasil. Em 2003, já comigo nos vocais no lugar do Mário Bertin e Cristiano Américo no lugar de Alex Carvalho nas guitarras, o Hazy lançou o EP “Revelation”. Este material alcançou muitos outros países, e recebemos inúmeros elogios da imprensa nacional. Em 2004 o grupo se reduziu a um quarteto, permanecendo com uma só guitarra, e no fim do ano gravamos o single “Chome Heart”, lançado apenas virtualmente, e que foi uma espécie de teste de estúdio para o álbum que gravaríamos em 2005, bem como uma forma de divulgar a nova linha de som que seguiríamos, mais tradicional. Após inúmeros problemas e anos de gravação e produção independente, lançamos em 2009 o nosso primeiro full-length, “Forging Metal”, que tem nos rendido ótimos frutos e reconhecimento internacional. E cá estamos.

MM: Você não é um membro original do Hazy Hamlet. Houve alguma resistência de parte dos fãs quanto à saída de Mário Bertin e seu ingresso na banda?


AM: Confesso que tive esse medo. Eu mesmo sou fã declarado dos vocais do Mário - vocês precisam ver esse cara cantando Maiden antigo! - e como o Hazy já tinha lançado um material, fiquei apreensivo. Felizmente, e para minha sorte, eu já era bem conhecido na região por causa do trabalho com minha banda anterior, e acabei sendo bem aceito pelo público – o que tornou a transição bem natural, mesmo com as diferenças de timbre.

MM: E quanto à mudança de direcionamento nos trabalhos posteriores ao "Hazy Tales", que foram progressivamente ganhando uma abordagem mais heavy metal clássico ao passo em que a pegada power metal foi ficando cada vez mais de lado? O fator principal foi o timbre da sua voz ou as influências dos músicos, que foram sofrendo alterações com o passar dos anos?

AM: Eu acho que trouxe um pouco desta influência sim, mas não foi o único motivo. Os guitarristas que deixaram a banda tinham um peso grande nas composições, e como eles gostavam mais desse power metal virtuoso, o som puxava pare esse lado. Quando nos reduzimos a um quarteto, percebemos que os que sobraram eram todos fãs de um heavy metal mais clássico e do hard anos 70. A decisão pela mudança foi unânime, e estamos fazendo a transição até hoje, de forma gradual, mas sólida. As composições mais novas têm lembrado um pouco de Manowar, Sabbath e vários elementos da NWOBHM. Logo vocês poderão conferir.

MM: Como as composições tomam forma? Existe algum compositor principal ou as ideias vão surgindo aleatoriamente?

AM: Quando nos tornamos um quarteto, eu acabei assumindo boa parte das composições, levando ideias, riffs, refrãos, temas, e a maioria das músicas tem surgido daí. Mas isso porque os outros integrantes se sentem muito cômodos com isto, as ideias lhes agradam. Porém não há ditadura alguma no Hazy, e todos compartilham de alguma forma e estão abertos a isto. De vez em quando o Naka (B) e o Cadu (D) apresentam ideias de arranjos espetaculares, que eu jamais teria, que enriquecem muito o som final. E os solos do Júlio não carecem de comentários. Muito mais que virtuosismo técnico, ele prioriza o feeling, e o resultado é muito mais parecido com o som dos anos 80 do que o que vemos hoje em dia.

MM: A mitologia nórdica é um tema recorrente nas letras da banda. De onde surgiu esse interesse pelo assunto?

AM: Desde antes de o surgimento do Hazy Hamlet, quando eu, Naka e Júlio éramos simplesmente bangers e amigos curtindo som juntos no mesmo bar, já conversávamos sobre mitologias nórdica e egípcia. Nós não estamos seguindo moda. É que o fato de a mitologia nórdica ser tão rica em metáforas, serve como um prato cheio de temas para músicas – e isso simplesmente acabou migrando para o nosso som.

MM: O álbum "Forging Metal" foi um verdadeiro parto, demorando alguns anos até ficar realmente pronto e ser lançado. Explique as dificuldades que vocês tiveram para que esse álbum finalmente visse a luz do dia.

AM: Se eu fosse citar cada detalhe, precisaria escrever um livro! (risos) Bem, a ideia do disco surgiu no começo de 2005, enquanto gravávamos o single “Chrome Heart”. Como não tínhamos investimento externo, decidimos que gravaríamos módulo a módulo, pagando a cada etapa, e portanto precisamos juntar dinheiro a cada alguns meses. A bateria precisou ser gravada completamente duas vezes, pois a primeira vez ficou uma merda, devido ao descaso do dono do estúdio que gravamos. Também tivemos alguns adiamentos durante a gravação, com problemas de saúde do então baterista Hermano Filho e do baixista Fabio Nakahara, bem como problemas com equipamento do Júlio quando ele foi gravar. Na época da mixagem fomos enrolados e engolimos muita mentira por parte do mesmo dono do estúdio. Revoltados, pegamos os backups e resolvemos terminar sozinhos, mas sem experiência alguma, precisamos de um tempo até aprendermos e podermos fazer algo decente. Já com os ouvidos mais afinados, percebemos muitos problemas de captação, e tivemos que corrigir e regravar vários detalhes. Com tudo pronto e após a mixagem, o Hermano resolveu deixar o grupo. Rapidamente chamamos Cadu Madera, que já tocava em um projeto de hard 70 com os cordistas, e que tirou as músicas num tapa. Finalmente atrás da prensagem, tivemos dificuldade para encontrarmos algumas informações técnicas e burocráticas, bem como problemas com o pessoal da assessoria e da fábrica. Confesso que quase desistimos e acabamos com o grupo, mas felizmente o disco saiu e o resultado está aí.

MM: Vocês estão satisfeitos com a resposta que os headbangers e a mídia em geral vem dando em relação ao álbum?

AM: Como poderíamos não estar? Estamos recebendo elogios de todos os cantos, da imprensa nacional e internacional, e a resposta dos bangers está fantástica! Infelizmente o disco foi muito pirateado, e encontra-se em blogs do mundo todo. Isso ceifa a única fonte de renda que temos para investirmos na banda. Por outro lado, isso mostra o quanto todos têm gostado de nosso trabalho, e é interessante recebermos contato de países que jamais imaginaríamos, como China e Rússia.

MM: Vejo que a banda realiza um trabalho maciço de divulgação através da Internet, disponibilizando o álbum para venda em diversos sites, sendo assim, praticamente qualquer pessoa, de qualquer parte do mundo pode ter acesso a ele. O retorno vem sendo significativo?

AM: Talvez não tão substancial, devido à pirataria, mas essencial - o que podemos concluir sim como “significativo”. É gratificante saber que mesmo após a revolução digital alguns ainda gostam de comprar o material, seja para apoiar o grupo em questão ou para colecionar o material original, com encarte e tudo mais. Nós não lucramos com o Hazy, mas a venda é a única fonte de renda do grupo e é graças a ela que conseguimos enviar material para mídia estrangeira e conseguimos este respeito e repercussão que estamos conquistando. Por isso mesmo já estamos planejando novas estratégias para que os custos de produção dos materiais futuros sejam mais baixos e possamos vendê-lo mais barato. Essa é a única forma que encontramos para fazer com que o banger leve o disco original para casa e combater a pirataria.

MM: Um pouco antes do lançamento do trabalho, vocês sofreram outra baixa na formação, com a saída do baterista original Hermano Filho, que gravou todas as faixas de "Forging Metal", com Cadu Madera entrando em seu lugar. Mesmo com tantas mudanças na banda, acho que essa tenha sido a mais traumática, ainda mais que ele passou por todos os problemas acima citados junto com vocês. Comente sobre essa saída.

AM: Sem dúvida a mudança mais traumática e que só não foi pior porque tivemos a sorte de já ter o Cadu muito próximo ao grupo. O Hermano é um grande irmão, e que se dedicou de maneira inquestionável para o crescimento do grupo. Infelizmente a vida é feita de momentos bem distintos, e com a demora para a saída do disco, dificuldades financeiras e necessidade de se dedicar mais aos filhos, ele viu naquele instante uma oportunidade de deixar o grupo – tenho certeza de que aquilo foi ainda mais difícil para ele do que para nós. Como eu disse anteriormente, tivemos a sorte de ter nosso grande amigo Cadu do nosso lado. Ele já tocava com Júlio e Naka em um projeto paralelo, viajava com o Hazy para dar uma força e conhecia cada detalhe de nossas vidas. Quando o convidamos para um teste, ele nos surpreendeu demais, pois logo no primeiro ensaio já tocou quase todas as músicas do grupo perfeitamente – que havia aprendido apenas de observar seu predecessor. Demos liberdade total para que ele adaptasse os sons como desejasse, para sua pegada e seu estilo, e estamos muito felizes com o resultado. Ainda mantemos contato com o Hermano, e formamos uma grande família metálica.

MM: E quanto aos shows? Existem planos para uma agenda mais estável de apresentações, ou até uma tour?

AM: Infelizmente não, apesar da imensa vontade de realizar uma tour extensa. A realidade é que não é possível viver de música ou metal em nosso país, ao menos não com nosso estilo ou apenas com as apresentações. Cada integrante trabalha e estuda, e com todos horários diferentes, não conseguimos manter a regularidade que você citou. Mas temos planos sim de fazermos isto em nosso futuro, conseguirmos alinhar nossas férias e agendarmos turnês corridas e levarmos nosso som para o máximo de lugares possível. Talvez no primeiro semestre do ano que vem, ou com o lançamento do próximo material. Pretendemos também conseguir apoio para realizarmos uma turnê internacional, já que o disco repercutiu muito bem na Europa, por exemplo.

MM: Vocês estão trabalhando em novas composições. Pode nos adiantar qual a linha que seguirão para o próximo trabalho, e se há previsão de lançamento do mesmo?

AM: É mais fácil resumir tudo como “um som mais tradicional, classudo e com muita pegada”. Nós temos influências que vão do hard 70, passam pela NWOBHM, heavy americano dos anos 80, como Liege Lord, e o power alemão na linha de Running Wild e Grave Digger. Junte tudo e imagine como isso deve soar! (risos).

MM: Arthur, o espaço é seu!

Muito obrigado pelo apoio do Microfonia Metálica a nosso metal, esse apoio é essencial para a continuidade de nosso trabalho. Para um país de recursos limitados e de cultura subjugada, todo apoio da mídia independente é importantíssimo, principalmente a grupos independentes que realizam um trabalho profissional. Esperamos encontrar a todos os bangers nos próximos eventos – levaremos os palcos abaixo! Um grande abraço do Hazy Hamlet!

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sexta-feira, maio 21, 2010

Entrevista: IMAGERY

O metal progressivo ainda é uma sonoridade pouco explorada para os muitos fãs do rock ‘n roll. Hoje na região de Londrina não é grande o número bandas que seguem esta linha. A Imagery é uma destas raras bandas presentes na cena. A banda é recente, formada em 2008 pelos músicos Joceir Bertoni (vocal/guitarra), Ricardo Fanucchi (baixo), Luciano Neves (bateria) e Henrique Loureiro (teclados). Seus músicos contam uma vantajosa experiência nas noites londrinenses. Para saber mais sobre os projetos da Imagery, o Microfonia Metalica conversou com o vocalista da banda, Joceir Bertoni.




Microfonia - Primeiramente, como surgiu a proposta de montar o Imagery?
Bertoni - Eu e o Ricardo Fanucchi tocamos juntos a uns 12 anos. Já participamos de outros 2 projetos junto (GAF e REVOULT) ambos os projetos eram mais voltados a música popular, rock popular.  Nós dois sempre fomos mais ligados a música progressiva e desde sempre tínhamos esse sonho de fazer um projeto que exigisse mais da nossa capacidade como instrumentista.
O universo popular é muito foda, por que você tem que compor as músicas voltadas para o público e não para teu próprio gosto. A gente foi cansando dessa busca pelo reconhecimento popular e decidimos fazer as coisas para agradar a nós mesmo e não aos outros

Microfonia - Apesar da banda ser nova, os integrantes já atuam a algum tempo no cenário musical local. Como vocês se apropriam dessa experiência para o beneficio da banda?
Bertoni - Nós já tivemos algumas experiências bem interessantes, como tocar no aniversário da Folha FM aqui na cidade para aproximadamente 8mil pessoas. Essas experiências não servem somente para a música mais para vida também. Aparecer para grande mídia é uma experiência muito boa, mas não vai fazer você alcançar seus objetivos. A maior experiência que eu tirei disso tudo foi até onde eu posso confiar nas pessoas e até onde eu posso chegar. Quando montamos o IMAGERY, nossa intenção era apagar tudo o que a gente fez no passado e tentar fazer do novo uma experiência muito melhor e muito mais humana com nós mesmo e com o público, sempre com o pé no chão.

Microfonia - Como foi produzir a primeira demo?
Bertoni - Como nossa influencia de rock metal progressivo é muito forte, quando estava no REVOULT já estava trabalhando com essa fórmula musical de mesclar vários estilos musicais em uma musica só. Essas duas músicas da demo foram compostas por mim e pelo Ricardo, antes do Luciano e do Henrique estarem na banda. Na época foi o máximo que nós conseguimos tirar de nós mesmos. Sentávamos eu e o Ricardo e trabalhamos nelas até chegaram ao universo que buscávamos, tanto melódico, harmônico, rítmico e poético.  Foi anos de sonho se materializando e tem mais sonhos por ai!

Microfonia - O lançamento do primeiro CD da Imagery está previsto para o ano que vem. Como está o trabalho de pré- produção até agora?
Bertoni - Estamos bem focados e com muita disciplina em cima do material, realmente queremos que esse produto seja para nós e para as pessoas algo positivo tanto nas mensagens tanto na musicalidade.

Microfonia - Serão quantas musicas nele?
Bertoni - Serão 10 músicas.

Microfonia - As influencias da banda são bem variadas. Na hora da compor as músicas como vocês integram todos estes estilos?
Bertoni - Sempre conversamos muito em relação a cada música. Para que a musica feche, todos os quatro integrantes tem que estarem satisfeitos com a produção, então todos dão opinião em cada passo que a banda executa trocamos figurinhas até chegam a uma conclusão coletiva

Microfonia - E quais são as influencias de cada integrante?
Bertoni - Todos somos fãs de progressivo. Tem outras influencias de música clássica. Mas o unanime é o progressivo.


Microfonia - A banda de vocês também é conhecida pelos tributos ao Deep Purple aqui em Londrina. Qual é a diferença de experiência com um projeto cover com o trabalho de produção própria?
Bertoni - O tributo ao Deep Purple na verdade foi uma maneira da gente entrar no mercado, pois as casas de shows e bares em Londrina não disponibilizam fim de semana para apresentações de bandas que fazem musica própria. Então nossa estratégia foi colocar o tributo para tocar nos fim de semana e mandar nossas músicas no meio. Com o cover a galera vai ver pelo nome da banda que ta no cartaz e se você fizer um show com nome próprio no cartaz, ninguém vai por que ninguém ta a fim de conhecer musica nova.

Imagery no Ourinhos Motofest
Microfonia -  A Imagery integrou a “Prog Union Tour” ao lado da banda gaúcha Apocalypse. Como foi fazer esses shows?
Bertoni - Uma experiência única dividir o palco com uma das maiores banda de rock progressivo nacional conhecê-los e ficar um pouco mais amigo dos caras. Para nós foi uma grande satisfação e um aprendizado enorme.

Microfonia - Vocês acham que existe uma carência de shows de metal progressivo na região?
Bertoni  - Acho que não só na região, mas no Brasil todo. O público está aprendendo a dar mais valor em outros segmentos. O metal progressivo ainda é um estilo novo, começou entrar em evidencia com o Dream Theater. A mistura de ritmos e influencias ainda não agrada a grande maioria dos fãs de metal, só que algumas bandas já vêm trabalhando em cima disso.
O próprio Dream Theater vai realizar uma turnê com o Iron Maiden, que é considerada a maior banda de heavy metal da historia. Depois desses eventos uma boa parte de fãs de heavy metal, vai dar mais valor ao progressivo.



Se bateu uma curiosidade sobre o estilo da banda acessem: www.myspace.com/imageryprog

ou participem da comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=37004372



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quarta-feira, abril 07, 2010

Entrevista: RIFFZero5


A RIFFZero5, banda de hardcore melódico,  se apresenta desde 2005 nos festivais independentes de Londrina e região . A banda se formou em Ortigueira PR e logo veio para Londrina para mostrar sua música.  Atualmente é formada por três integrantes Like ( guitarra e vocal), João (baixo e vocal) e Juninho ( Bateria) que conversa com o Microfonia Metálica sobre  como o RIFFZero5 tenta se estabelecer na cena musical independente.


Microfonia: Primeiramente, nos conte um pouco sobre como foi a idéia de formar a banda e os primeiros desafios da RIFFZero5?
1ªFase do Impacto Rock  Foto: GeovanaMendes
Juninho: Então, a gente éramos todos moleque, haha, criado em cidade pequena (Ortigueira). Em um domingo, eu (Juninho) e o Like, estávamos andando pra rua e achamos um CD do CPM22. Quando a gente ouviu a primeira faixa (Regina, Let’s Go!), foi o que fez a gente pensar e dizer:  Veei, vamos monta uma banda. Haha! Foi mais ou menos por aí que rolou o ‘’inicio’’ da RIFFZero5. O primeiro desafio mesmo, foi fazer o João tocar baixo, haha! Ele não queria nada nessa vida, falava que a gente (Juninho e Like), era dois tontos. Haha, hoje o João é a parte essencial da banda.  “O Mundo da Voltas...’’ HAHAHA!

Microfonia:  Qual foi a motivação da banda para mudar de cidade? Como foi essa experiência de mudança?
Juninho: A principal motivação foi a vontade de seguir em frente cada vez mais. Hoje a internet é um modo muito bom de divulgação, mas nada melhor do que a galera te ver ali, no palco, tocando e mostrando o que você realmente passa. Foi a partir dessa idéia que escolhemos ir para Londrina, para tocar mais e mais. Nossa, foi perfeitamente possível, hoje a galera reconhece a gente, canta nossas musicas, isso mostra que essa mudança foi valiosa para a história da RIFFZero5. E certeza que vir muito mais.

Microfonia:
 Fazendo um balanço da RIFFZero5 do começo, lá em Ortigueira, para o agora, em Londrina, quais são os pontos de evolução e ou retrocesso da banda quanto a produção musical?
Juninho: Tipo, a gente veio para Londrina com a idéia formada, aqui a gente cresceu muito, mais muito mesmo, os amigos que fizemos, as idéias que recebemos, sabe, no nosso balanço, a gente pode dizer que só ganhamos! Foram e são experiências maravilhosas para a RIFFZero5.

Microfonia: Como foi da produção do (Entre.Parenteses)?
Juninho: A produção do (Entre.Parenteses), foi louco, HaHa,  ficamos  um ano e meio, trabalhando nas musicas, (detalhe: não tínhamos $$ para gravar) Mas esse imprevisto fez com que as músicas saíssem bem mais feitas, do que eram antes. Sobre a produção do (Entre.Parenteses), foi gravado no Estúdio Mágico Multimídia, do João Vidotti (Jones, vocalista do Primos da Cida), e foi legal pra caramba, a gente já tinha trabalhado com ele em outras gravações, ele sabia o que queríamos, então foi super fácil. Foram ao todo 6 faixas gravadas.

Microfonia:  A mistura do hardcore com temas que prezam pelo lado sentimental é um estilo que vem fazendo sucesso. Porque seguir esse estilo musical?
Juninho:  Nossas influencias vem do HxCx Melódico dos anos 90. É totalmente diferente do que você ouve hoje em dia.  Sabe, muita gente questiona e compara com o Emocore. Eu acho o estilo “Emo’’ um modo de se vestir e a música não passa de um rótulo. Nossas musicas não são tão melancólicas, dramáticas, tipo suicida, HAHA, se ouvir bem e reparar na letra, ela passa algo mais positivo do que você ouve de primeira. Esse ano, a gente ta compondo algo mais sério, estamos com duas músicas pré prontas, em fase de ensaios e tudo mais e as idéias dela passam algo mais de esperança! O nome de uma delas chama ‘’Grandes Heróis Não Vão Morrer’’, já da para sentir como ela ta ficando. HAHA!
 
Microfonia:  A participação do RIFFZero5 nos festivais da região é freqüente, como vocês avaliam a participação do público nos shows?
RIFFZero5 em Telêmaco Borba
Juninho: Meu, sem o público uma banda não é nada. Hoje os shows estão cada vez mais lotados, a galera gritando mais, cantando, respondendo com a gente. Isso é perfeito para uma banda. Sabe, a gente sobe no palco e se surpreende cada vez mais e mais, Obrigado, OBRIGADO de coração mesmo galera!

Microfonia:  Há algum show que a RIFFZero5 sempre recorda? Qual e por quê?
Juninho: O primeiro sempre é o primeiro, por mais que tenha sido uma bosta, Haha. O que a gente mais gostou de tocar foi com o Cueio Limão em Telêmaco Borba, porque, os caras são nossos ídolos. Eles ali vendo você tocar, depois conversando falando que nosso show foi do caralho, é muito foda. Mas não esquecemos nunca dos Festivais Impacto Rock, Rock Nova Cena, Festival Banda Nova Funcart, galera sempre comparecendo, respondendo com a gente, isso é totalmente demais.

Microfonia: A internet hoje é um dos principais veículos de divulgação de bandas independentes. Vocês acham que reconhecimento da RIFFZero5 surge a partir deste suporte ou também decorre de outros meios?
Juninho: A internet é tudo hoje em dia, myspace, twitter, orkut, fotolog (o último a gente não tem, mais é um bom material). Hoje a banda tem que utilizar todas ferramentas possíveis para divulgar seu som, mostrar teus shows, sabe. Hoje a gente deve  muito a internet, já ficamos varias semanas nos TOP10 do myspace, nossos vídeos no youtube estão sempre com várias visualizações e isso é muito importante para a RIFFZero5. A galera está curtindo nosso trabalho, e a gente agradece e tenta fazer cada vez melhor para eles.

Microfonia: Há mais algum comentário que a RIFFZero5  queira acrescentar?
 
Juninho: Obrigado pela entrevista, obrigado a galera que ta sempre com a gente, nos shows, na divulgação, em tudo que faz parte da nossa história, haha, que vai rolar mais e mais. HAHA, e como sempre. Ouça RIFFZero5! E é isso aê. Até mais. See you Later, HAHA. #LetsRIFF.

Pra quem quiser conhecer o som da RIFFZero5 visite o myspace da banda, siga-os no twitter, ou participe da comunidade no orkut. Ou melhor, vá ouvir a banda no dia 18 de março no Espaço ALONA.

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sexta-feira, outubro 16, 2009

Entrevista: Mescalha

Influenciados pelo Rock ‘n Roll psicodélico dos anos 60 e 70 e mais uma boa dose de música nacional, os londrinenses do Mescalha foram os vencedores do Londrina Rock Festival. A banda ganhou um prêmio em dinheiro e a gravação de uma música que tocará na Rádio Folha FM. O Mescalha ainda prevê o lançamento de um DVD no final deste ano. Assim espera o guitarrista da banda, Henrique Medina, que conversou com o Microfonia Metálica sobre os projetos do grupo.

Microfonia: O que motivou o pessoal da banda para participar do Londrina Rock Festival ?
Henrique Medina: Achamos importante divulgar nosso trabalho no festival. Além disso, muitas pessoas vieram falar que tínhamos grandes chances de ganhar e isso levou agente a arriscar. O prêmio sem dúvida também é um grande apoio para a banda. Estamos investindo em equipamento e a premiação vai dar uma boa ajuda


Há quanto tempo o Mescalha está na ativa?

Medina: Há 4 anos, com o nome Mescalha há 2 anos.

Algumas bandas desse festival tinham a mesma experiência de vocês, ou eram mais bandas de garagem?
Medina: A maioria das bandas era de garagem. Fora algumas bandas que conhecia, foi meu primeiro contato com as outras bandas, tinha muitas legais. Acho que o festival foi importante pra isso, na questão de trocar figurinha com outras bandas e divulgar o nome.


A experiência nos palcos também ajudou a levar o prêmio?

Medina: Várias coisas foram avaliadas pelos jurados, a presença de palco era uma delas e isso você conquista só com experiência mesmo. Os equipamentos eram bons então não tivemos problemas. Mas acredito que sim!


Desde o começo da banda vocês sempre focaram em fazer músicas próprias?
Medina: Na verdade não. Antes nós usávamos o nome Bangalôs, era uma banda de cover de clássicos do Rock and Roll 60/70 , isso em 2004. E uma banda de Cambé copiou nosso nome, a Bangalô. Hoje agente vê que Mescalha é mais bonito (risos). Quando agente mudou de nome, já estávamos com essa idéia, de focar em som próprio.

Assim, faz 2 anos que estamos com essa proposta, fomos indo aos poucos. Hoje o show é basicamente música nossa, ainda trabalhamos com o cover, só que os arranjos são nossos também. Sempre buscamos deixar o som com a nossa cara, estamos trabalhando muito com a música brasileira. Nosso ultimo show teve apenas uma música internacional, o Led Zeppelin que não pode faltar.


Por que a preferência pelo nacional e as músicas próprias cantadas em português também?
Medina: Já que estamos no Brasil porque cantar em inglês? Valorizamos bastante a música brasileira também. Já que a grande maioria das bandas de rock and roll do mundo são letras em inglês né? Uma grande influência nossa é o Mutantes, um rock and roll beatles, mas com uma cara bem brasileira. Eu acho isso muito bonito!
O nosso vocalista conhece muita musica brasileira, ele gosta muito de Mpb, apresentou bastante coisa para nós. E isso influenciou nosso estilo com certeza.

A minha cabeça antes era só Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Deep Purple e etc... Sempre fui pirado nos clássicos e ainda sou. Mas hoje eu escuto algumas bandas brasileiras que são bem interessantes também como Novos Baianos, Som Nosso de Cada Dia, Arrigo Barnabé. Os Mutantes sempre foi influência nossa, então, misturamos bastante.
Nosso vocal (João Marcelo) gosta bastante de MPB, nosso baixista (Guilherme Paiva) gosta de groove/funk, o batera (Vitor Delallo) gosta de uns sons mais pesados e eu gosto dos clássicos/progressivo/psicodélico.



Você acha que hoje faltam bandas que elaborem um trabalho como esse, de experimentação?
Medina: Acho que fazer Rock and Roll em português já é um pouco inovador, comparando com o restante. Não é fácil encontrar uma banda com essência original atualmente, talvez seja o lance de querer ser igual aquela banda foi e não ser você mesmo. Tem tanta coisa legal acontecendo hoje, acho besteira não explorar isso para criar o que as pessoas querem ouvir.

Valorizo as bandas que colocam a cara na música independente, mas realmente falta um pouco de inovação.


Como foi a produção do DVD que o Mescalha gravou este ano?Medina: A banda foi convidada para participar do Filo 2009, achamos que era uma grande oportunidade para ser registrada e resolvemos gravar o DVD ali mesmo.
A produção de palco foi idéia do Júlio Delallo (irmão do nosso baterista Vitor Delallo), nós tentamos criar um deserto no palco. O Júlio deu uma força grande para nós com a Project 07, que produz palcos, iluminação e entre outros.

Passamos várias horas montando dois cactos gigantes, deu um puta trabalho! O fundo era de espelho, tivemos que quebrar espelho e grudar no tecido de fundo, a produção foi feita até poucas horas antes do show.


O Mescalha tem plano pra tocar em algum festival?
Medina: Vamos participar do Woodstock Maringá, que também terá bandas de Minas Gerais e São Paulo. Vamos participar do Psicodália em Rio Negrinho-SC no fim do ano, um festival totalmente voltado para o Rock and Roll, em que o Mutantes com a formação original vai tocar.



Para quem se interessou pelo Mescalha, visitem o myspace da banda e assistam a prévia do DVD com a música Bolero do Ar Vermelho:






O melhor é ver a banda ao vivo! Neste domingo, 18 de outubro, o Mescalha vai tocar no Bar Valentino ás 22h00. O ingresso está por sete reais.






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