Elexorien e God Dethroned em Curitiba

No começo do mês de setembro fui a Curitiba para participar de um congresso de comunicação, o Intercom. Como headbanger curiosa que sou e a minha fiel companheira em loucuras por aí, a Mariana, fomos para o Largo da Ordem num sábado à noite para conhecer a cena de lá. Felizmente no final de semana iam tocar duas bandas da Holanda no Opera 1, Elexorien de viking metal e God Dethroned de death metal e mais bandas de Curitiba, Umblemishes, Vulture of Corpse, The Last Evenfall e Soul Crusher.

Elexorien e God Dethroned estavam fazendo uma turnê conjunta pelo Brasil, além de Curitiba, eles se apresentaram em quatro cidades do estado de São Paulo, Bauru, Campinas, Santo André e na capital paulista. O God Dethroned está em plena divulgação do novo álbum “Passiondale”, lançado este ano. Elexorien divulga seu primeiro álbum que é intitulado com o nome da banda.

Como sempre Curitiba estava fria, pra quem não está acostumado, foi um bom motivo pra colocar o sobretudo. O engraçado é que tinha gente sem blusa por lá, me senti a perfeita turista de sobretudo na rua.

A primeira banda que presenciamos foi a The Last Evenfall de Gothic Metal. O que mais nos surpreendeu foi a voz da nova vocalista Julce. Comparando o trabalho antigo desta banda com o atual percebe-se claramente a evolução do The Last Evenfall. Soul Crusher de thrash entrou logo em seguida. A apresentação foi meio curta, o vocalista cantou com o pé quebrado e era visível de que ele não estava muito bem, mesmo ele tentando agitar o público.

Vulture of Corse subiu no palco logo depois. Já tive a oportunidade de vê-los ao vivo no Hallel 2007 em Londrina. Na apresentação percebe-se não só a quantidade de músicos, sete integrantes, que ocupam cada espaço do palco, mas também a qualidade de suas músicas. Umblemishes fechou a show das bandas locais com uma apresentação com o Death Metal complexo da banda curitibana.

A música estava muito boa, mas nesta hora eu já havia me jogando no sofá de couro do Opera 1, que cá pra nós, é difícil olhar para aquele sofá quando está vazio e não se sentir na obrigação de se jogar lá depois de bater muita cabeça na frente do palco. Um pouco antes do Elexorien entrar em ação, fomos pra frente do palco e acompanhamos a equipe da banda holandesa ajustando o som. O público já estava ansioso, principalmente os marmanjos quando viram vocalista do Elexorien, Iné, muito atenciosa com o público.

Começa o show do Elexorien. A presença de palco de dos integrantes é algo que se percebe no primeiro olhar. O tecladista é elétrico, me lembrou o Bruce Dickinson do Iron Maiden como uma pipoca no palco. O guitarrista e vocalista Lainedil, como o restante da banda, também transmitem o prazer de tocar. O show foi muito bom, mas com alguns problemas técnicos, o volume baixo do microfone da vocalista Iné quase não deu pra ouvi-la cantar. Mesmo assim, quase fico sem pescoço depois da apresentação.

Do viking metal para o death metal de God Dethroned. Ajustes de som novamente, a galera mais agitada ainda. Logo no início do show God Dethroned novamente alguns problemas técnicos, porém nada que impedisse o andamento da apresentação. Com as novas músicas do álbum “Passiondale” e outras antigas da banda o pessoal pulou tanto que que tentei gravar vídeos da banda inúmeras vezes porque as imagens eram interrompidas com trombadas e empurrões das bangers na beira do palco.

A noite acaba com eu e a Mariana fazendo amizades no Opera 1 e tentativas frustradas de cantar gultural no meio do Largo da Ordem. Tudo isso só com uma cerveja, já que o preço da breja de Curitba não é o que nós londrinenses estamos acostumados a pagar. Além da qualidade técnica de todas as bandas, o que nos chamou a atenção foi que a maioria das bandas da noite tinha pelo menos uma mulher integrante. Para a ala feminina do heavy metal  é de ficar orgulhosa presenciar este momento.

Créditos para as fotos: Maiara Zaminelli